Entrevista do Professor Luiz Werneck
O professor Luiz Werneck Vianna, do IUPERJ, concedeu uma interessante entrevista à Revista Época.
Sobre a transmissão do julgamento da AP470, ele destacou:
Esse julgamento é um seminário aberto, com a audiência de milhões, que demonstra à sociedade que as práticas que são objeto da Ação Penal 470 são constitutivas do sistema político brasileiro
Quanto à Constituição de 1988 e o papel do Judiciário na democracia brasileira, ponderou que:
Houve uma mudança muito importante neste país na hora da transição democrática, com a convocação de uma Assembleia Constituinte, o processo de discussão e a Constituição que resultou dela. Essa Constituição tem uma marca forte de orientação para a vida republicana. Foi ela que botou o Ministério Público na posição de tribuno da República, em que ele aí está. Foi ela que começou a institucionalizar mecanismos severos de controle do Poder Executivo. Esse Judiciário é filho disso. A Cármen Lúcia, o Celso de Mello, o Gilmar Mendes são todos cultores da Carta de 1988, republicana até a medula, e se acham guardiães dela. Postos na posição de ministros do Supremo, eles se acharam na obrigação de defender uma República que foi objeto de atentados. O sumo é isso. É uma questão de valores. A sociedade brasileira foi para essa direção? Ainda não! Poderá ir? Espero que sim. Está indo, vagarosamente, mas está indo, sinalizada pela Carta e por essas novas instituições. Trata-se de um projeto de sociedade formulado lá atrás, depois de uma luta gigantesca do nosso povo contra o regime militar e em favor da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. É preciso pôr as questões nesse diapasão, e não no mesquinho filtro eleitoral.
A entrevista completa aqui. Vale a pena a leitura.
Publicado em 9 09+00:00 novembro 09+00:00 2012, em Uncategorized e marcado como Constituição, Judiciário, Política. Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.
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